domingo, 3 de julho de 2011

Amor errado


Eu pensei que pudesse esquecer um amor errado
Indo embora de casa, 
cortando o cabelo, 
escrevendo cartas...


Eu sonhei que o tempo bastaria
Que nunca mais quando fosse noite
Viria o rosto, o volume dos ombros
O cheiro de pescoço encostado...


Acreditei em poder suportar certas misérias,
 deitada sozinha
Não percebi que o amor estava confundido às ferragens da alma
Ele vem atrás, ele vem atrás até quando estamos dormindo... 
dormindo!


Eu pensei que ele aceitasse ser abandonado
Mas percebi que fica enroscado nos tornozelos da gente
Rosnando baixinho para ser ouvido até mesmo,
 até mesmo debaixo de chuva, 
debaixo de chuva.

Eu pensei que pudesse esquecer um amor errado
Eu pensei que pudesse esquecer um amor errado
Debaixo de chuva...


(Fernanda Porto)

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